por Glauciatavares » Qui Jun 08, 2017 12:38
Sabemos que o conceito de hipertexto não é recente e que, há muito, existem produções escritas a que subjazem o princípio da hipertextualidade como, por exemplo, a bíblia, a enciclopédia, o dicionário e a lista telefônica. Entretanto, foi somente com a internet, que é o meio natural para a sua constituição, que o hipertexto constituiu-se como um “texto aberto”, caracterizado pelos princípios da não linearidade, interatividade, multicentramento e virtualidade. Com a propagação da rede e, consequentemente, da escrita que lhe constitui, a atenção dos estudiosos voltou-se para o hipertexto: da origem à configuração dessa produção escrita na tela do computador, passando por reflexões sobre sua concepção, semelhanças e diferenças quanto aos modos de escrita anteriormente existentes.
A internet proporciona um espaço inovador e desafiador em relação aos processos de escrita e leitura, uma vez que oferece ferramentas próprias e características que, associadas às premissas do autor, configuram uma nova forma de produção textual. Talvez a maior e mais relevante novidade trazida pelo hipertexto seja a possibilidade de leitor e autor se perderem em meio às várias leituras e produções, visto que a relação entre os mesmos é intrínseca e, muitas vezes, quase inevitável; ou seja, os hipertextos são construídos sem fronteiras nítidas, a coparticipação é sempre permitida e a construção dos (hiper)textos é rebuscada de diferentes modos por diferentes autores, alterando sua configuração final.
É legal ver como essa configuração final muitas vezes faz com que a ideia inicial deixe de existir, pois o autor do post, muda completamente de visão ao final de um debAte, então, um texto inicial acaba por criar um texto totalmente diferente.